EXTERIOR
O senador
Roberto Requião (PMDB-PR) apresentou nesta terça-feira (27), em Plenário,
relatório em que o Tribunal de Contas da União (TCU) aponta “falhas gritantes”
da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) na fiscalização do
contrato de concessão da auto pista Litoral Sul, entre Paraná e Santa Catarina.
O relatório foi entregue ao senador pelo deputado Espiridião Amin (PP-SC)
Requião
explicou que o relatório responsabiliza Bernardo Figueiredo, ex-dirigente da
ANTT, por conduta omissiva na função de diretor-geral, e expõe falhas na
fiscalização do concessionário, fundamental para garantir o serviço adequado e
a modicidade tarifária do modelo de controle adotado no contrato.
O relatório
do TCU, disse Requião, apresenta mais de 70 recomendações, entre elas a
anulação de decisões ilegais e irregulares e a incorporação de vias marginais
ao contrato, assim como a recompensa de valores indevidos recebidos pela
concessionária.
Requião
lembrou que a recondução de Bernardo Figueiredo à direção geral da ANTT foi
rejeitada por 36 votos a 30 no Plenário do Senado, em março de 2012. Seu nome
foi então indicado pela presidente Dilma Rousseff para comandar a Empresa de
Planejamento e Logística (EPL), que surgirá a partir da transformação da
Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade (Etav).
- Negamos a
ele mais um mandato com base em relatórios devastadores do TCU, que condenam de
forma dura seus malfeitos na condução da agência. Nós o rejeitamos, mas ele é
promovido, e aí está todo lampeiro dando entrevista até na nossa TV Senado,
falando em nome do Brasil com investidores internacionais e bancos estrangeiros
– disse o senador.
Requião
lembrou que a criação da EPL está prevista no Projeto de Lei de Conversão
(PLV)23/2012, oriundo da Medida Provisória (MP) 576/2012, uma das três medidas
que neste momento tranca a pauta de votações do Plenário. Embora a proposta nem
tenha sido aprovada, ressaltou o senador, a empresa já dispõe de R$ 133 bilhões
para a privatização de ferrovias, portos e aeroportos.
Requião disse
que quando governou o Paraná, entre 1991 e 1994, investiu US$ 80 milhões para
duplicar o trecho paranaense da rodovia citada no relatório do TCU. O estado
nunca foi ressarcido pela obra na rodovia, mais tarde privatizada pelo governo,
com instalação de pedágio.
O TCU,
afirmou Requião, demonstrou que o pedágio da rodovia poderia ser reduzido em R$
790 milhões em favor do usuário, caso a ANTT, então dirigida por Bernardo
Figueiredo, cumprisse o dever de agente fiscalizador da concessão.
- Bernardo
Figueiredo já é apontado em outros relatórios do TCU. Ele não fiscaliza e não
deixa fiscalizar. Não pune e não deixa punir. O relatório impressiona. Vou
encaminhá-lo à Mesa para que faça chegá-lo à presidente Dilma – afirmou.
Em aparte, o
senador João Capiberibe (PSB-AP) solidarizou-se com Requião e cobrou
providências das autoridades em relação às denúncias de corrupção. Capiberibe
afirmou ainda que “o mensalão, diante do que se desviou do meu estado [Amapá]
parece fichinha”.Nota enviada por nuestro colaborador Ing. Paulo Ferraz
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