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24 de abril de 2011

PORTUGAL: LOS COCHES MOTORES SERIE 592 "CAMELLOS"


São 17 automotoras triplas a diesel construídas no início da década de 80 do século passado pela espanhola CAF e que depois de mais de duas décadas de serviço em Espanha vieram agora para Portugal em regime de aluguer como forma de melhorar, esperemos, o serviço das linhas do Minho e Douro, substituindo as unidades triplas diesel de fabrico Português da série 600 que não obedecem aos modernos padrões de conforto exigíveis actualmente aos veículos ferroviários e que, mercê do enve-lhecimento dos seus motores se tornou economicamente insustentáveis, isto segundo, claro, os responsáveis!


Desde logo contestadas por uns, olhadas com desconfiança por outros e acolhidas com entusiasmo por alguns, talvez sedentos de novidades nos Caminhos de Ferro Portugueses, as automotoras da série 592, vul-garmente conhecidas por “Camelos” devido ao facto de possuírem no tejadilho duas caixas por carruagem que albergam os equipamentos de ar condicionado e fazem lembrar as bossas daqueles animais, entraram já ao serviço na linha do Douro, preparando-se para seguidamente toma-rem conta também dos serviços da linha do Minho, incluindo o interna-cional Porto – Vigo.


O meu primeiro contacto com elas foi no fim-de-semana do Natal na estação da Régua. Não andei, mas aquilo que vi não me desagradou e deixou-me logo com vontade de as experimentar, o que aconteceu no passado dia 29 de Janeiro com uma viagem entre o Porto e a Régua. São efectivamente mais confortáveis e têm padrões de comodidade mais modernos que as 600. Gostei do espaço entre os bancos, da possibilidade de os orientar no sentido da marcha, do tamanho das janelas, da climatização, da luminosidade do interior e da sua performance em linha. Embora o arranque seja igualmente lento como nas 600, embalam mais rapidamente, sendo notório que na maior parte do trajecto não vão no máximo das suas capacidades, até porque os limites de velocidade na linha do Douro não o permi-tem.


A tão falada questão do acesso ser pior que nas 600 e até perigoso, parece-me um bocado de má-língua. Efectivamente em cais alto, como o de Campanhã, a distância da gare ao degrau paralelo ao cais é um pouco exagerada, mas nas car-ruagens Corail acontece a mesma coisa. Em cais baixo o acesso é bem melhor que nas 600. As portas têm abertura assistida, bastando para o efeito pressionar o manípulo, consta-me que terão surgido dificuldades no manejo das portas por parte de alguns passageiros, mas penso que tal não passará de uma questão de adaptação das pessoas e também de afinação daquelas. Na unidade em que andei, que por sinal era a mesma quer na ida quer na volta, as portas funcionavam bem.

A qualidade de rolamento proporcionada pelos bogies de sus-pensão pneumática é também bastante boa, havendo apenas um senão: a falta de insonorização especialmente no salão do meio das carruagens das pontas, cada carruagem tem três salões já que as plataformas não são no extremo, devido ao facto de os motores de tracção se encontrarem mesmo por debaixo do dito salão. Quando vão em esforço o barulho é tanto que acaba por tornar-se incomodativo, mas também não se pode esperar mais de veículos com trinta anos. No aspecto profissional o facto de os comandos serem ao contrário do que é habitual no material português tem gerado algumas dificuldades de adaptação nos maquinistas que penso que com o tempo serão superadas. Não posso dei-xar de notar alguma má vontade pelo facto de o material ser usado e vir de Espanha!.

A meu ver o mais grave é ainda a falta de capacidade destas automotoras em relação às outras. Uma tripla da série 600 tem quase 300 lugares sentados, estas têm apenas 200 e, pelo menos até à data da minha visita, não tinham ainda circulado em tracção múltipla (1). Resultado, ao Domingo à tarde é vulgar vir muita gente em pé e muita bagagem espalhada pelos corredo-res. Sendo a linha do Douro um eixo de muita procura no campo das viagens de lazer, que têm um carácter sazonal, temo que se venham a registar situações delicadas no pino do Verão, a menos que os responsáveis se consciencializem que certas circu-lações não podem ser feitas só com uma tripla.

A vêr vamos! No cômputo geral e apesar de alguns defeitos considero que a entrada ao serviço deste material representa uma melhoria na qualidade do serviço prestado atribuindo aos “Camelos” nota 7 numa escala de 1 a 10.

Saibam os responsáveis tirar partido deles e não transformem aquilo que se pretende seja uma melhoria, num verdadeiro pesadelo!

(1) Após esta reportagem, iniciaram-se circulação com unidades múltiplas (UTD+UTD) em certos horários na Linha do Douro!(Fuente: Boletim Mensul Abril 2011 del Clube de Entusiastas do Caminho de Ferro - Nota enviada por PASSARINHO, Viriato José Ramos Pereira)