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5 de abril de 2011

BRASIL: CHINOS QUIEREN FINANCIAR LA CONSTRUCCIÓN DEL TREN BALA


A construtora chinesa CCCC (China Comunications Construction Company) enviou carta ao governo brasileiro na qual diz que quer participar do leilão do trem-bala e se compromete a pedir ao governo asiático 85% dos recursos para a construção.

A companhia está em negociação com um grupo de 20 empreiteiras ligadas à Apeop (Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas). O presidente da entidade, Luciano Amadio, diz que os brasileiros vão apresentar proposta no leilão, ainda que não seja adiado -o governo já admite informalmente que vai adiar por 90 dias o processo, marcado para o próximo dia 11.

A carta é assinada por Deng Hong Ling, que informa ser representante da empresa no Brasil. Os chineses dizem ter interesse em participar do projeto e podem conseguir o financiamento. Mas pedem que o empréstimo seja garantido pelo governo brasileiro, o que não está previsto no edital.


A CCCC é uma das maiores companhias chinesas do ramo e participa da construção de grandes obras. Tem 112 mil empregados e patrimônio de US$ 268 bilhões, segundo o site da empresa.

Mas não é a construtora das principais linhas de alta velocidade na China, que ficaram a cargo da CCRC (China Railway Construction Corporation), com quem as negociações da Apeop não avançaram no ano passado.

A China é hoje o país com mais linhas de trem-bala do mundo (8.000 quilômetros), construídas em menos de três anos. Mas a construção deixou um deficit de US$ 330 bilhões, e o projeto, que era fazer construir 16.000 km de ferrovias, será revisto.

COMPETIÇÃO

O governo incentiva a Apeop a entrar no negócio para aumentar a competição. Mas o grupo é pequeno e não teria sozinho capital social para apresentar proposta. E precisa de tecnologia de fabricação de trens, o que ainda está em negociação.

"Ninguém vai fazer essa obra sozinho. É algo grande e precisa ser rediscutido. Acho que esse adiamento servirá para isso", disse Amadio.

Os estudos da Apeop apontam que o projeto custará R$ 53 bilhões (sendo R$ 44 bilhões de obras civis) em valores atuais. O valor oficial do governo é bem menor: R$ 33 bilhões, sendo R$ 24 bilhões em obras civis, em valores de 2008 que devem ser acrescidos de inflação de 11%.

Segundo Amadio, dado o alto preço, é importante ter outras fontes de financiamento, já que o governo limita sua participação em pouco mais de R$ 3 bilhões em recursos diretos e R$ 20 bilhões em empréstimos.

Não há garantia de recurso caso a obra fique acima da previsão governamental e o dinheiro terá de ser bancado pelos investidores.(Fuente: Folha on line)