EXTERIOR
Servidores ferroviários da
Ferroeste se articulam para uma paralisação programada para esta quarta-feira
(14), às 7h30, em frente ao terminal da empresa estatal, às margens da BR-277,
em Cascavel.
Eles protestam contra a
política administrativa da direção que, segundo a categoria, vem promovendo
demissões sistemáticas de funcionários concursados com o objetivo de privatizar
a Ferroeste.
De acordo com o presidente
da Assefer (Associação dos Servidores da Ferroeste), Milton César Gontarski, a
direção da empresa justifica que as demissões são uma forma de redução de
custos na folha de pagamento, devido ao baixo faturamento mensal.
Entretanto, segundo ele,
além de serem ilegais, as dispensas de funcionários ocorrem de forma
contraditória, já que recentemente dez novos cargos – com gratificações em
torno de R$ 2 mil – foram criados.
A categoria pede que o
Ministério Público intervenha na situação para que os empregos sejam poupados.
Para a mobilização dessa
quarta-feira os trabalhadores conclamam o apoio de lideranças políticas e de
sindicatos para buscar alternativa frente ao governo e evitar novas demissões.
Veja na íntegra a carta
publicada pela Assefer (Associação dos Servidores da Ferroeste):
"Terrorismo Trabalhista na Ferroeste”
Nos últimos dois anos,
quando assumiram a administração da Ferroeste os diretores Abelaro Cirico, e o
então presidente Mauricio Quirino, os servidores da Ferroeste se viram expostos
aos mais variados tipos de assédio moral e terrorismo trabalhista, que podem
ser confirmados por diversos denúncias feitas aos órgãos competentes.
No início, eram demissões
esporádicas, em média uma demissão por mês, além disso, muitos servidores, não
suportando o assédio imposto por seus superiores, acabaram se demitindo.
Quando o presidente
Querino se elegeu Vice-Prefeito de Cascavel, foi um alívio para a classe da
operação Ferroviária. Nossa esperança era que fosse nomeado novo presidente,
que valorizasse quem realmente gera divisas para a empresa.
Ledo engano da categoria.
O terrorismo aumentou, com a nomeação do sr. Bresolin, as demissões que antes
eram uma por mês, agora são em grupos de servidores, notadamente da área
operacional.
A alegação da empresa é
que as demissões são justas por se tratarem de redução de custos na folha de
pagamento, devido ao baixo faturamento mensal.
Mas demite ilegalmente,
pois segundo determina a lei 8429 (lei da improbidade administrativa), o
administrador público deve:
1º lugar demitir
detentores de cargos comissionados.
2º lugar demitir os cargos
com gratificação de função (que são muitos)
3º lugar demitir os
maiores salários (que também são muitos)
4º lugar dispensar os
serviços terceirizados (transporte e portaria)
5º e último lugar demitir
a área operacional.
No entanto a ordem seguida
pela empresa é exatamente inversa.
Outro fato é que, a
empresa, por absoluta falta de capacidade de planejamento administrativo,
atendendo orientação de gerentes incompetentes, prorrogou um concurso público
de 2008 e lançou outro concurso em 2012. Agora se ve obrigada a contratar pois
o prazo legal do concurso está expirando. Agora demitem uns para contratar
outros?
Além disso o sr. Bresolin,
criou a maior expressão de terrorismo trabalhista no estado do Paraná, que é a
“Comissão Administrativa Demissional permanente”. O Ferroviário sai para
trabalhar pela manhã, mas não sabe se volta para seu lar com seu emprego.
O senhor Bresolin, deveria
esclarecer como alega falta de recursos para a folha de pagamento, se recentemente
criou dez cargos promovendo um verdadeiro trenzinho da alegria na Ferroeste com
gratificações em torno de R$2.000,00 mensais?
Exemplo:
1- criando o cargo de
Chefe de operações para um funcionário da área administrativa, sendo que a
empresa tem o Supervisor de Tráfego e movimento trens?
2- criando cargo de chefe
de suprimentos, sendo o único servidor na área de suprimentos o próprio chefe?
E vários outras promoções nesta mesma linha.
Infelizmente o Sindifer,
sindicato que deveria representar e defender os interesses da categoria, é
totalmente omisso. Inclusive se opondo a criação da Assefer, associação criada
pelos funcionários para tentar reverter este quadro.
O terrorismo é tamanho,
que a empresa bloqueou nosso e-mail, o que não nos permite corresponder com
nossos associados, indo contra o artigo 543 parágrafo 6 da CLT.
Se o senhor Bresolin,
tivesse um pouco de bom senso e o Governo do Paraná vontade política, poderiam
colocar em disposição funcional estes servidores a outros órgãos no âmbito
estadual, como DER, Copel, Codapar, Sanepar, e inclusive prefeituras
municipais, pois isto é prática comum no estado. Evitando assim a demissão de
pais de família, que na maioria dos casos, tem na ferrovia sua única profissão
e fonte de renda.
O senhor Bresolin, tem
veiculado notícias sobre a Ferroeste, de modo conveniente para sua promoção,
jogando a culpa dos resultados negativos da empresa, na área operacional, o que
não procede.
A Assefer não mais se
calará, pois a empresa pretende manter os 30 servidores administrativos, com
seus polpudos salários e gratificações, e demitir os 120 servidores que
produzem e geram divisas para a empresa.
Conclamamos a todos os
Sindicatos, associações de classes, lideranças políticas, que não se omitam e
manifestem seu repúdio a forma em que é tratado os servidores que são
devidamente concursados na Ferroeste, pois estda doença pode se alastrar aos
demais órgãos da administração pública paranaense.
Ao Ministério Público, os
ferroviários pedem, imediata intervenção, para que empregos sejam poupados,
pois perde o trabalhador, perde a Ferroeste, perde o povo do Paraná.
Assefer (Associação dos
Servidores da Ferroeste)". Nota enviada por nuestro colaborador señor Ing.
Paulo Ferraz